P'RA INGLÊS VER (1933)
Em 29 e 30 de Julho (sábado e domingo) de 1933 sobe à cena no Teatro Municipal de Cimo de Vila, com duas casas à cunha, esta revista de autoria do Dr. Manuel Francisco Grilo e Manuel Machado da Graça. Revista regional com um prólogo, dois actos e 6 quadros. Os cenários e guarda roupa são de Manuel Simões Guerra e as músicas originais de Guilhermino Ramalheira, Duarte Gravato e Armando da Silva que também dirigiu a orquestra. As caracterizações foram de Palmiro Peixe. Os ensaios para a escolha de vozes foram realizados nos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, nos princípios do mês de Abril desse ano. A revista começou a ser escrita a 9 de Fevereiro de 1933 e finalizada a 17 do mesmo mês.
Dr.º Manuel Francisco Grilo
Manuel Machado da Graça
Manuel Simões Guerra
(gravura e foto gentilmente cedidas pelo filho de Manuel Machado da Graça)
Logo ao subir do pano ouvia-se o coro de recepção cantado por Monsieur Ramboia (Francês) e Lord Shoking (Inglês):
De Val’de Ílhavo aos Caseiros
Vamos dar a novidade
Vivam os dois mensageiros
Viva, viva a liberdade.
Grupo dos participantes
Houve representações noutras localidades (Águeda, Troviscal, Sangalhos e Póvoa do Varzim) tendo o número musical "Viuvinha" obtido um assinalável êxito na altura. Era interpretado por Sarinha Figueiredo (tia do Dr. João de Oliveira).
Sarinha Figueiredo
Acácia Maia Pinguelo
O compére foi Ângelo Chuvas, contracenando com Machado da Graça (Inglês), Manuel Grilo (Plebe), Santos Redondo (Polícia), Simões Guerra, José Carvalho, Maria Fernandes (Grafonola e Hospital), Rosa Leite (Beira-Mar), Júlia Valente (Empatas), Armanda Machado (Sinos), Sílvia Senos (Empatas), Madalena Gomes (Subscrições), Alcina Cachim (Padeiras), Ângela Chuvas (Tricanas), Lucinda Leite (Lampada), Sara Figueiredo (Viuvinha), Maria da Glória, Rosalina Craveiro (Subscrições), Lígia Pinho, Fernanda Chuvas, Acácia Pinguelo, Casimira Santos, Tomé da Preta, Aníbal Senos, Amílcar Santiago, Samuel S. Marcos, José Paulo, Francisco S. Marcos, Arnaldo Fort'Homem, Manuel Soares, Amadeu Cachim, Joaquim Chuvas, João de Matos, António Lau, António Lino, Carlos Monteiro, Joaquim S. Marcos (Empata), Silvério Damas (Indivíduo), Manuel Ré, Augusto Tavares (Palheiro), José Celestino (Mar), Horácio de Pinho (Fala-barato), Filipe de Sousa e Teodoro Craveiro.
Casimira Santos e Acácia Pinguelo
Foi nesta revista que surgiu a canção "Coro dos Marinheiros" com poema do Dr. Manuel Francisco Grilo, que mais tarde foi inserido no Disco de Ílhavo com o nome de "Canção do Marinheiro" e cantado por Leonel Garrido:
O mar na sua amargura
É tal qual uma mulher
Chora, ri, canta e murmura
Ninguém o sabe entender!
Coro
Em noites de Lua Cheia
Nos confins do alto mar
O cantar tem outro som
Tem outra luz o luar!
O mar rebenta o penedo
E o casco faz baloiçar
Marinheiro não tem medo
A sua vida é lutar!
Existem todos os números musicais da revista (partitura e partes de todos os instrumentos), bem como o guião.
NÚMEROS MUSICAIS DA REVISTA
Compositor
1 Recepção Guilhermino Ramalheira 2 Sinos Armando da Silva 3 Lâmpada e Lampeão Duarte Gravato 4 Viuvinha Guilhermino Ramalheira 5 Subscrições Armando da Silva 6 Hospital e Bombeiros Armando da Silva 7 Associações Armando da Silva 8 Rádio e Grafonola Guilhermino Ramalheira 9 Cinéfilos Guilhermino Ramalheira 10 Coro dos Marinheiros (Final 1º Acto) Guilhermino Ramalheira 1 Lord Guilhermino Ramalheira 2 Ilhavense e Beira Mar Duarte Gravato 3 Tricanas Guilhermino Ramalheira 4 Becos e Avenidas Guilhermino Ramalheira 5 Empatas Guilhermino Ramalheira 6 Aguça Duarte Gravato 7 Padeiras Guilhermino Ramalheira 8 Moínhos e Azenhas Duarte Gravato 9 Coro da Costa Nova Guilhermino Ramalheira 10 Bico e Biarritz Duarte Gravato 11 Mar Armando da Silva 12 Palheiro e Chalet Armando da Silva 13 Flores Duarte Gravato 14 Apoteose Armando da Silva
Duarte Gravato
A NOSSA ESCOLA (1933)
Uma das revistas com maior sucesso já realizadas em Ílhavo pela pequenada da Escola Primária da Rua Ferreira Gordo. O guião foi escrito pelo Prof. José Pereira Teles com músicas originais (40) de Berardo Pinto Camelo. Estreou a 8 de Dezembro de 1933 (sexta-feira) no Teatro Municipal em Cimo de Vila. Era uma peça em 3 actos e 7 quadros (Hesitação, Caminhando para a Luz, Na Escola, Províncias, Glórias de Portugal-apoteose- No Campo e Hino à Luz-apoteose). Os cenários foram de autoria de Ângelo Chuva, Palmiro Peixe e Amadeu Teles; encenação de Nazaré Cruz, Rosa Rocha e Irene Rigueira; contra-regras Joana Azevedo, Maria Marta e José Catarino; ponto Helena Mano.
Prof. José Pereira Teles
A orquestra da Nossa Escola era composta pelos seguintes músicos: violinos (João Marques Ramalheira, Alexandre Gravato, João Vidal e Narciso Gravato); Flauta (Duarte Gravato); Cornetim (José Vidal); Clarinete (Gumersindo Gonçalves); Saxofones (João Neves e António Palhetas); Trombones (José Graça e Joaquim Pinto); Rabecão (Júlio da Silva); Bateria (Henrique Rato e Armindo Pimentel).
Prof.ª Nazaré Cruz
Alguns dos actores de então: M. José Firmeza, M. Vitória Namorado, M. de Lurdes Malta, M. Georgete Chuvas, M. Cândida Azevedo, Maria Alcina, M. Mendes Calão, M. Branca Nação, Idelta Abreu, M. Silvina Fé, Jorgelina Rocha, Rosa Emília, António Sarrico Picado, José Teiga Leite, António Rei Neto, M. Manuela Bixirão, Néné Simões e outros.
Dado o enorme êxito atingido a revista representou em muitas outras localidades (Porto, Coimbra, Leiria, Aveiro, Matosinhos, Luso, Figueira da Foz, Anadia, Murtosa, Viseu, etc). Em 25 de Abril desse ano o Diário do Governo nº95 (2ª Série) publicava uma Portaria da Direcção Geral do Ensino Primário dando testemunho público de louvor aos directores, respectivamente, das escolas masculina e feminina de Ilhavo, Prof. José Pereira Teles e Profª Maria da Nazaré Cruz, pela acção de beneficência que ambos realizaram em favor do sustento de cantinas escolares, através da revista "A Nossa Escola".
Existem todos os números musicais da revista (partitura escrita a lápis por mestre Berardo), bem como o respectivo guião.
A revista foi relembrada em 28 de Novembro de 1992 nas comemorações do Centenário dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo
NÚMEROS MUSICAIS DA REVISTA
(todos compostos por Berardo Pinto Camelo)1 Coro dos Escolares 2 Sineta 3 Botões 4 Pucarinhos 5 Dança de Roda 6 Macaca 7 Pião e Padela 8 Arcos e Cordas 9 Hino Escolar Final 1º Acto 1 Alfabeto 2 Operações 3 Sistema Métrico 4 Louça de Porcelana 5 Salineiros 6 Províncias 7 Cruzados 8 Santa Isabel 9 Soldados de Aljubarrota 10 Caravelas 11 Marinheiros 12 Glórias de Portugal Final 2º Acto 1 No Passeio Escolar 2 Coro das Flores 3 As Abelhas 4 Mel e Cera 5 Coro das Ceifeiras 6 Rios 7 Canção da Água 8 Libelinhas 9 Conchas e Búzios 10 Sol e Estrelas 11 Hino à Luz
GALEOTA (1934)
Outra revista infantil da Escola de Cimo de Vila, que obteve um grande êxito não só em Ílhavo como também noutras localidades. Começaram os ensaios em Abril e estreou-se em 1 de Dezembro de 1934 (sábado) no Teatro Municipal em Cimo de Vila. O guião foi escrito pelos professores Duarte Pinho e Guilhermino Ramalheira. A apresentação da revista esteve a cargo do Dr. Frederico de Moura. Tinha 2 actos e 12 quadros com 38 números de musica original de autoria de Armando da Silva (maestro da orquestra), Guilhermino Ramalheira e Duarte Gravato. Os cenários foram da responsabilidade de Palmiro Peixe, Manuel Guerra, Ângelo Chuvas, Simões Guerra, José Bela, António Egídio, Amadeu Teles, Otelo Moreira e Teodoro Craveiro. O guarda roupa a cargo de José Fernandes Matias, Vicência, Maria e Rosa Fonseca.
Prof. Duarte Pinho
Alguns dos actores de então: M. Helena Silva, M. Natércia Maia, Mercedes, Dolores Agra, Benilde Guerra, Graziela Bixirão, Dr. José Luís Mano, Teodoro Redondo, Manuel Argau, Adolfo Paião, irmãos Melo, Bagão (compére), Víctor Peixe, Isabel Figueiredo, Gateira, Luís Ruivo, Nazaré Cruz, Maria Alcina, Sofia Chuvas, Eduardo Craveiro, Fernanda Lopes e outros.
Alguns dos números musicais: Luar de Janeiro, Gatos, Amor e Caridade, Manhãs de Abril, Arco Íris, Lavadeiras, Espiga e o Caroço, Grilos, Noite de S. João, Lousas, Cabides, Capas dos Livros, Pena e o Tinteiro, Feriados, Peixeiras, Peixes, Aviões, S. Gonçalo, Marcha da Galeota, Arroz Doce e Aletria, Mantas de Farrapos, Largos, etc.
A orquestra da Galeota tinha os seguintes instrumentos: Flauta, Violinos (solista, 1º e 2º), Cornetim, Sax Alto, Clarinete, Sax Barítono, 1º e 2º Trombone, Trompa, Rabecão e Bateria.
Foi nesta revista que nasceu a Marcha de S. Gonçalo que ainda hoje é cantada em Cimo de Vila na saída da marcha a 9 de Janeiro.
Existem todos os números musicais da revista (partes de todos os instrumentos), bem como o guião.
A revista foi relembrada em 15 de Maio de 1993 nas comemorações do Centenário dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo
NÚMEROS MUSICAIS DA REVISTA
Compositor
1 Abertura 1º Acto ?
2 Luar de Janeiro ?
3 Gatos ?
4 Amor e Caridade ?
5 Pastores ?
6 Manhãs de Abril ?
7 Arco Íris ?
8 Lavadeiras Armando da Silva 9 Passarinhos Armando da Silva 10 Espiga e Caroço Guilhermino Ramalheira 11 Cestos Duarte Gravato 12 Frutas Duarte Gravato 13 Grilos Duarte Gravato 14 S. João Guilhermino Ramalheira 15 Lousas ?
16 Cabides ?
17 Escolas ?
18 Lápis ?
19 Taboada ?
20 Romaria ?
21 Yó-Yó ?
22 Capas ?
23 Disciplinas ?
24 Pena e O Tinteiro ?
25 Feriados (Final do 1º Acto) ?
1 Intervalo do 2º Acto ?
2 Peixeiras ?
3 Barracas Armando da Silva 4 Peixes Duarte Gravato 5 Aviões ?
6 Praias ?
7 S. Gonçalo Guilhermino Ramalheira 8 Galeota Armando da Silva 9 Meias Duarte Gravato 10 Colarinhos Armando da Silva 11 Telefone Guilhermino Ramalheira 12 Aldeias Duarte Gravato 13 Arroz e Aletria Duarte Gravato 14 Clubes Guilhermino Ramalheira 15 Jardim Guilhermino Ramalheira 16 Mantas Guilhermino Ramalheira 17 Largos Guilhermino Ramalheira 18 Bordadeiras Duarte Gravato 19 Apoteose Armando da Silva
PARA GARGAREJOS... (1935)
Esta revista musicada estreou a 16 de Maio no Teatro Ginásio em Lisboa, sendo as autoras duas ilhavenses, na altura, finalistas da Faculdade de Farmácia: Maria Dolores Rasoilo Cristiano e Irene Graça. Obteve um grande êxito e foi repetida pelo centenário da fundação da Sociedade Farmacêutica Portuguesa em Julho desse ano, obtendo da imprensa os melhores elogios.
SONHO OU PESADELO? (1943)
Esta revista estreou-se a 31 de Março de 1943 (quarta-feira) no Salão Cinema por um grupo de rapazes ilhavenses, em benefício do Asilo dos Inválidos e Órfãos Menores da nossa terra. Intitulada de revista regional tinha 2 actos e 3 quadros, sendo os compéres Joaquim Quintino Teles e Adamastor da Silva, Manuel Rocha Bichão o contra-regra e João Celestino Chuva o ponto.
Joaquim Quintino Teles
A revista foi escrita por Adamastor da Silva e tinha músicas originais de Celestino Bio.
Actores participantes: João Paulo, Armando Pitato, João Sousa, José Gonçalves, João Paradela, Manuel da Silva, José Duarte Rato, Fernando de Pinho, Argelau Martins, António Gomes, Manuel Lau, José Pato e João Vieira.
Alguns dos quadros apresentados: Caveira, Clubes, Monumento, Mar, Gazogénio, Coro dos Árabes.
Como complemento da revista foram representados os monólogos Viúva de Paulino e Enxagualhada por Adamastor da Silva e Açambarcamento por Joaquim Quintino Teles.
Tomou parte no espectáculo a Orquestra Cartolas que executou "English War Cry" e o samba "Ai Não Quer? Há Mais Quem Queira", cantado por João Paulo de Oliveira.
Duas quadras da revista a propósito do Clube dos Caçadores e do Orfeão que rapidamente deixaram acabar em Ílhavo:
Clube dos Caçadores
Trá la ri la ri ló ló
Nada há mais a dizer
Eis o Orfeão aqui
Rodeado de doutores
A Caveira fez ó ó
E deixaram-no morrer
Eu tive medo e morri
CAIU DO CÉU AOS TRAMBOLHÕES (1951)
Estreou em Fevereiro de 1951 no Atlântico Cine Teatro esta revista de Couto Alegrete e José Quinteles Pereira, com cenários de Palmiro Peixe e João Carlos Loureiro, ensaiador Ângelo Chuva, pauta José Agualuza, contra-regra Teodoro Craveiro, electricista B. Marnoto, como caracterizadores Palmiro Peixe, J.C.Loureiro e José Celestino e direcção musical de Guilhermino Ramalheira. Acompanhou a orquestra Os Cartolas.
Fizeram parte do elenco A. de Oliveira, Vitorina Tavares, Hermelinda Monteiro, Maria J. Quinteles, António Parracho, Maria Ivone, Maria Ernestina, António Bizarro, Augusto Verdade, João Verdade, José Nordeste, José M. Picado, Clara Morena, Lucy Cardoso, Armando Senos, Maria Vitória, Fernando Silva, Maria de Jesus, Manuel de Oliveira, Conceição Monteiro, Maria Fernandes, Mário Martins, Maria Manuela, João Carlos, Maria da Ascenção e Maria Carolina.
A SENTENÇA DO BACALHAU (1951)
Nos dias 4 e 6 de Fevereiro de 1951 (domingo e terça feira de Carnaval) pelas 15.30 H, estreia no Atlântico Cine Teatro esta farsa carnavalesca de autoria dum ilhavense que mais escreveu para este género: Adamastor da Silva. Folião e sempre com a piada na ponta da língua, Adamastor da Silva ficará sempre na memória daqueles que tiveram a felicidade de poder assistir aoscarnavais de então. O guião foi escrito a 5 de Janeiro de 1951.
Adamastor da Silva
A Sentença do Bacalhau teve como intérpretes:
Werter Teiga (Juíz), José da Velha Ramalheira (Delegado), Adamastor da Silva (advogado do queixoso), Saul da Madalena (advogado do réu), Fernando Pinho (Oficial de Diligências), Manuel F. Oliveira (Queixoso), Basílio Martins (Réu), Sílvio Teiga, Artur R. Oliveira, José Pereira, António P. Grilo e Fernando M. Silva (testemunhas) e um formidável frizo de FUZAS e...semi-fuzas, com acompanhamento da formidável orquestra Os Lulas, dirigida pelo notável maestro Jeremias Pimpão (que não entram)...
(um abraço ao V.Silva pela cedência destas notas)